Gestores de frotas enfrentam diariamente o desafio de equilibrar eficiência operacional com controle de custos. Um dos componentes mais negligenciados — mas com alto potencial de impacto financeiro — é o pneu. A análise técnica de pneus sucateados (ou descartados) oferece insights valiosos sobre falhas operacionais, hábitos de condução e práticas de manutenção que, se corrigidas, podem gerar economia significativa.

O que é a análise de pneus sucateados?

A análise de pneus sucateados consiste em examinar pneus descartados para identificar:

  • Causa do descarte: desgaste natural, danos por impacto, falhas estruturais, entre outros

  • Padrões de desgaste: desgaste irregular, lateral, central ou em forma de escama

  • Histórico de uso: quilometragem percorrida, tipo de rota, pressão de calibragem, recapagens realizadas

Essa prática transforma o descarte em uma fonte de dados estratégica.

Impacto direto nos custos operacionais

A análise de pneus sucateados pode revelar oportunidades de economia em diversas frentes:

Fator identificado Impacto financeiro Ação corretiva
Desgaste irregular Redução da vida útil Alinhamento e balanceamento frequente
Danos por impacto Perda prematura Treinamento de motoristas e revisão de rotas
Falta de recapagem Desperdício de potencial Implantação de programa de recapagem
Calibragem inadequada Aumento do consumo de combustível Monitoramento automatizado de pressão

Benefícios da implementação

Entenda quais são os benefícios da implementação da análise técnica de pneus descartados.

  • Redução de custos com reposição de pneus

  • Melhoria na segurança da frota

  • Aumento da eficiência energética

  • Maior previsibilidade de manutenção

Estratégias para gestores de frotas

Veja algumas estratégias que os gestores de frota podem implementar para reduzir os gastos com pneus descartados.

  1. Criar um banco de dados de pneus sucateados com fotos, laudos e histórico

  2. Treinar equipes de manutenção para realizar análises padronizadas

  3. Integrar dados de telemetria para correlacionar hábitos de condução com desgaste

  4. Estabelecer parcerias com recapadoras para avaliação técnica dos pneus descartados

  5. Utilizar indicadores de desempenho (KPIs) como custo por quilômetro rodado por pneu

Melhores práticas para análise de pneus

Veja algumas das práticas para você implementar na sua frota ao realizar a análise de pneus.

Padronizar o processo de inspeção

  • Crie um checklist técnico com os principais pontos de verificação

  • Use formulários digitais ou físicos para registrar cada análise

  • Classifique os pneus por tipo, posição na frota, marca e número de recapagens

Identificar o motivo do descarte

  • Categorize os pneus por causa de sucateamento:

    • Desgaste natural

    • Danos por impacto (furos, cortes, bolhas)

    • Desgaste irregular (ombros, centro, escama)

    • Falhas estruturais (carcaça comprometida)

  • Fotografe os danos para documentação e comparação futura

Avaliar o padrão de desgaste

  • Verifique se o desgaste é uniforme

  • Compare com o histórico de alinhamento, balanceamento e calibragem

  • Identifique padrões que possam indicar problemas mecânicos ou de condução

Registrar quilometragem e ciclo de vida

  • Anote a quilometragem total percorrida pelo pneu

  • Compare com a média esperada para aquele modelo e aplicação

  • Avalie se houve recapagens e quantas vezes o pneu foi reutilizado

Integrar dados com a telemetria da frota

  • Correlacione o desgaste com dados de condução: frenagens bruscas, excesso de velocidade, curvas agressivas

  • Identifique motoristas ou rotas que aceleram o desgaste

Monitorar a calibragem

  • Verifique se o pneu foi utilizado com pressão adequada

  • Use sensores de pressão (TPMS) ou registros manuais para análise

  • Pressão incorreta é uma das principais causas de desgaste prematuro

Avaliar potencial de reforma

  • Classifique os pneus entre:

    • Aptos para reforma

    • Não aptos

Gerar relatórios gerenciais

  • Crie KPIs como:

    • Custo por quilômetro rodado por pneu

    • Taxa de reforma de pneus

    • Índice de descarte prematuro

Envolva toda a equipe

  • Treine motoristas para entender o impacto da condução no desgaste dos pneus

  • Capacite a equipe de manutenção para identificar falhas precoces

  • Estimule a cultura de cuidado com os pneus como parte da estratégia de redução de custos

Principais erros na análise de pneus

Na busca por redução de custos, muitos buscam ações revolucionárias, porém, são nos pequenos detalhes que realmente vivem os gargalos das frotas. Veja alguns que mais causam problemas:

Não registrar dados de forma padronizada

  • Falta de histórico detalhado por pneu

  • Ausência de fotos ou laudos técnicos

  • Uso de registros informais ou incompletos
    Solução: adote formulários padronizados e digitalize o processo

Ignorar o padrão de desgaste

  • Avaliar apenas se o pneu está “careca”

  • Não identificar desgastes irregulares
    Solução: treine a equipe para reconhecer padrões e causas

Desconsiderar a calibragem

  • Não verificar pressão correta ao longo da vida útil
    Solução: implemente controle de pressão com sensores ou rotinas manuais

Não avaliar o potencial de reforma

  • Descartar pneus ainda utilizáveis
    Solução: classifique e envie os viáveis para análise especializada

Focar apenas no desgaste natural

  • Ignorar danos por impacto, cortes ou falhas estruturais
    Solução: analise o contexto e envolva condutores e mecânicos

Não correlacionar dados com telemetria

  • Perda de insights sobre hábitos de direção
    Solução: integre dados e crie alertas para padrões de desgaste

Falta de indicadores de desempenho (KPIs)

  • Não medir custo por km rodado

  • Não acompanhar metas de recapagem ou descarte prematuro
    Solução: estabeleça KPIs e acompanhe com relatórios mensais

Resultado dos erros

  • Aumento dos custos com reposição de pneus

  • Redução da segurança da frota

  • Desperdício de pneus com potencial de reaproveitamento

  • Falta de previsibilidade na manutenção

Como registrar dados de pneus de forma padronizada

Aprenda uma forma simples de registrar os dados dos seus veículos de forma padronizada e organizada.

Crie um formulário técnico de inspeção

Monte um formulário com campos obrigatórios para cada pneu analisado:

Campo Descrição
ID do pneu Número à fogo
Marca / modelo Informações do fabricante
Tipo de pneu Construção radial ou diagonal
Posição na frota Ex: eixo dianteiro direito, traseiro esquerdo
Quilometragem total Quilometragem percorrida até o descarte
Número de reformas Quantas vezes foi reformado
Pressão média utilizada Média de calibragem durante o uso
Tipo de desgaste Uniforme, ombro, centro, escama, lateral
Motivo do descarte Desgaste natural, impacto, falha estrutural, etc.
Potencial de reforma Sim ou não
Fotos do pneu Imagens dos danos e padrão de desgaste
Observações técnicas Comentários adicionais do mecânico ou analista

Use planilhas ou sistemas digitais

  • Planilhas no Excel ou Google Sheets

  • Apps de inspeção veicular

  • Sistemas TMS/FMS com integração por veículo e componente

  • QR Codes ou etiquetas RFID para rastreio

Padronize a frequência de registro

  • Na instalação: registre os dados iniciais

  • Durante o uso: atualize a cada manutenção ou calibragem

  • No descarte: registre a análise final com histórico completo

Treine a equipe

  • Capacite os profissionais para preencher corretamente os dados

  • Crie manuais visuais de preenchimento

  • Estabeleça metas de preenchimento e qualidade

Integre com relatórios gerenciais

A análise de pneus sucateados é uma das formas mais eficazes e acessíveis de otimizar custos na gestão de frotas. Transformar pneus descartados em fonte de dados estratégicos permite decisões mais inteligentes, com impacto direto na rentabilidade e segurança do transporte.

Mais do que uma boa prática, essa análise deve fazer parte da cultura operacional da empresa. Quando bem executada, ela reduz desperdícios, melhora a performance da frota e reforça o compromisso com a eficiência.

Acesse o blog Infleet para ficar por dentro dos principais insights para a sua frota.

Laércio Almeida Rodrigues
Laércio Almeida Rodrigues

Engenheiro Mecânico. Pós Graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho, Bacharel em Administração de Empresas e MBA em Estratégia Empresarial. Atuando há 40 anos na Gestão Corporativa de Manutenção e Operação de Equipamentos para uso nos Segmentos do Transporte de Cargas, Passageiros, Construção Civil, Coleta de Resíduos e Administração Pública. Diretor da J L Rodrigues Treinamentos – Empresa de Consultoria e Treinamentos na Área de Gestão de Frotas com foco em Redução de Custos e Aumento de Produtividade Operacional.

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    O contato é gratuito e sem compromisso.

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