Tacógrafo: o que é, tipos e obrigatoriedade

Apesar de ser mais uma obrigação da rotina do gestor de frotas, o tacógrafo tem funções muito importantes na gestão de frota. Saiba mais!
20/07/2024
6 min de leitura

O uso do tacógrafo é algo comum e rotineiro nas operações de transporte, cuja utilização nos veículos de frota é obrigatória desde a implantação do Art. 105, inciso II, do Código de Trânsito Brasileiro e as Resoluções do CONTRAN n.º 14/98 e 87/99.

Apesar de ser mais uma obrigação da rotina do gestor de frotas, o tacógrafo tem funções muito importantes no controle de jornada do motorista e, principalmente, no controle da velocidade.

Por isso, separamos esse artigo para explicar melhor o que é e a importância de um tacógrafo nos veículos de uma frota. Boa leitura!

O que é um tacógrafo?

O tacógrafo é um dispositivo utilizado nos veículos para monitorar o tempo de uso do veículo, velocidade e quilometragem percorrida.

Muitas vezes o tacógrafo é comparado à caixa preta de um avião, pois assim, tem como função registrar dados das rotas realizadas pelo veículo.

Seu objetivo principal é assegurar que os motoristas cumpram as horas de direção com base na Lei do Motorista e não dirijam em velocidades acima da permitida.

Sendo, portanto, uma importante ferramenta para o gestor de frotas e para as autoridades rodoviárias, que analisam as informações registradas em fiscalizações nas estradas.

Como funciona um tacógrafo?

O tacógrafo não é apenas um dispositivo obrigatório, mas pode ser considerado como um elemento importante para medir o tempo e a velocidade nas estradas.

O funcionamento do tacógrafo envolve a combinação de engrenagens mecânicas e elementos eletrônicos. À medida que o veículo se desloca, o tacógrafo registra informações precisas sobre a velocidade, intervalos de parada e os momentos em que o motorista está em atividade.

Estes dados, representados graficamente em um disco ou, mais modernamente, armazenados digitalmente, fornecem um perfil detalhado da jornada, essencial para o monitoramento do tempo de condução e para garantir o cumprimento das regulamentações de trânsito.

Quais são os tipos de tacógrafos

Existem no mercado, principalmente, dois modelos de tacógrafos: analógico e digital. Ainda vamos abordar o tacógrafo digital e explicar um pouco de cada tipo nos próximos tópicos.

Tacógrafo Analógico

Estima-se que 90% da frota brasileira ainda utilize a versão analógica do tacógrafo, uma vez que é barato e atende ao objetivo principal do gestor de frotas com esse aparelho que é cumprir a legislação.

Além disso, que a maioria dos caminhões não sai de fábrica com tacógrafo digital contribuem para à manutenção do tacógrafo analógico como líder.

As informações a respeito da jornada ficam registradas no disco. Apesar do registro em disco da informação, a sua interpretação é feita em softwares de gestão de frotas que extraem os relatórios do veículo. No centro do tacógrafo são registradas as informações a respeito do motorista, placa, local de partida e chegada e data para controle.

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Representação de um tacógrafo analógico

Tacógrafo eletrônico

O tacógrafo eletrônico utiliza sinais eletrônicos para fazer o registro das informações da viagem nos chamados discos diagramas.

Por conta disso, é um modelo um pouco menor que o analógico e menos avançado que o modelo digital.

Tacógrafo Digital

O tacógrafo digital é bastante similar ao tacógrafo analógico, porém ele tem a capacidade de registrar mais informações, como limite de velocidade em chuva e uso do cinto de segurança. As informações são registradas em um rolo, similar a uma nota fiscal.

Nesse sentido, os tacógrafos se aproximam um pouco dos sistemas de rastreamento veicular. Os sistemas de rastreamento registram a posição do veículo, sua velocidade, quilometragem e rota. O tacógrafo não registra a rota realizada e tem a desvantagem de não fornecer para o gestor de frotas a informação em tempo real.

No caso do tacógrafo, é necessário esperar o motorista retornar da rota para que o disco ou rolo seja recolhido e enviado para a análise em software especializado. O software, então, realizará a análise dos dados gravados e criará um relatório com importantes informações gerenciais para o motorista.

Entretanto, os rastreadores veiculares não são aceitos como tacógrafos, apesar de registrarem todas as informações que o tacógrafo registra, uma vez que, os dados do tacógrafo podem ser mais facilmente impressos pela polícia rodoviária em uma fiscalização na estrada para a análise das condições de viagem do veículo.

Como preencher o disco de tacógrafo?

Conforme a Resolução no 938/2022 do Contran, é importante ter informações mínimas registradas no tacógrafo e estarem disponíveis a qualquer momento.

As informações registradas automaticamente pelo aparelho são:

  • Velocidade desenvolvida;
  • Distância percorrida;
  • Tempo de movimentação do veículo e suas interrupções;
  • Hora do início da operação;
  • Identificação de abertura do compartimento que contém o disco.

Já as informações que devem ser registradas manualmente no aparelho são:

  • Data de início da operação;
  • Identificação do veículo;
  • Identificação dos condutores.

Se a fiscalização não encontrar essas informações, o veículo e a sua empresa podem ser multados. Então, fique atento e verifique se está tudo correto.

Como cadastrar motorista no tacógrafo digital?

O cadastro de motorista pode variar de acordo com o modelo do tacógrafo digital. No entanto, o importante é colocar o código do motorista no aparelho e adicionar o motorista para iniciar a viagem.

É importante ressaltar que o tacógrafo é uma ferramenta a mais que auxilia nas informações sobre o trabalho e rota realizada pelo motorista. No entanto, ele não deve ser a única fonte de informação sobre a jornada de trabalho do motorista.

Por que o uso do tacógrafo é obrigatório?

Com as informações fornecidas pelo tacógrafo, o gestor pode acompanhar as paradas do motorista em cada viagem e aliar essas informações a outros registros de jornada de trabalho. Além disso, ele permite uma maior segurança no trânsito, maior eficiência e redução de custos com combustível.

Quem precisa de tacógrafo?

O uso do tacógrafo não é obrigatório em todas as situações. O Código de Trânsito brasileiro estabelece que o seu uso é obrigatório nas seguintes situações:

O que acontece caso o caminhão não tenha o tacógrafo

A ausência do equipamento pode provocar multas e sanções ao proprietário do veículo. Além disso, é importante lembrar que o tacógrafo precisa estar homologado pelo INMETRO.

Antes de começar a rodar e periodicamente o tacógrafo precisa ser inspecionado, testado, calibrado e homologado por um estabelecimento autorizado pelo INMETRO. Durante a inspeção a Polícia Rodoviária pode solicitar a apresentação do certificado do tacógrafo.

Como escolher o tacógrafo

Vai depender do orçamento disponível na sua empresa e, claro, o melhor que atenda às suas necessidades.

Se o tacógrafo analógico pode cumprir tudo que precisa, pode escolher. No entanto, se puder adquirir o tacógrafo digital, será melhor ainda pela quantidade de informações que ele registra.

Qual é o valor de um tacógrafo?

O valor de um tacógrafo varia de acordo com o modelo. Os preços podem ir de R$ 38,00 até R$ 1.890,00 em média.

O preço varia conforme a escolha da tecnologia do tacógrafo e o tipo de veículo em que o tacógrafo pode ser instalado.

Vantagens do uso do tacógrafo

O tacógrafo, assim como o sistema de rastreamento veicular, registra informações a respeito da operação de transporte que podem ser utilizadas de maneira gerencial pelo gestor de frotas, para que ele possa compreender mais sobre a sua operação.

Controle de excesso de velocidade

O tacógrafo tem um registro contínuo da velocidade do veículo ao longo da viagem, assim o gestor poderá depois verificar se o motorista ultrapassou o limite de velocidade permitido.

Isso, por sua vez, pode ser usado como uma ferramenta de controle e educacional para ajudar os motoristas nas melhorias dos hábitos de direção e com isso reduzir acidentes e multas de trânsito.

Controle de quilometragem

Os dados registrados no tacógrafo permitem a avaliação da quilometragem percorrida pelo veículo no dia ou semana, permitindo ao gestor ter um controle das distâncias reais percorridas em cada viagem.

Redução de acidentes e multas

A partir do controle de velocidade, o gestor de frotas pode adotar uma política de educação e treinamento dos seus motoristas e verificar se eles estão segundos as políticas de direção defensiva da empresa.

Desta forma, com os dados do tacógrafo é possível auxiliar os motoristas a dirigirem de maneira mais segura, evitando acidente e multas.

Controle da jornada do motorista

Os dados do tacógrafo permitem a avaliação de momentos de pausa, pois registram a velocidade zero do veículo, bem como registram todo o período em direção.

Assim, o gestor poderá ter uma visão geral da duração da jornada do motorista, duração de pausas e tempo de direção para garantir que a legislação está sendo cumprida.

Para garantir o bom funcionamento verifique sempre se houve adulteração no tacógrafo, avalie o seu funcionamento antes da saída do veículo (coloque o tacógrafo com um dos itens de checagem do checklist de saída da garagem) e controle a data de validade para não perder o prazo para calibração e homologação junto ao INMETRO.

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