Que passamos a maior parte do nosso tempo no trabalho não é novidade para ninguém. Então, é de se esperar que haja cuidado e atenção a esse ambiente e tudo o que ele representa para nós.

Assim como situações da vida pessoal podem nos afetar e nos adoecer, na empresa há muitos fatores de risco que precisam ser avaliados e mitigados para que possamos, de fato ter resultados efetivos não só nos números, mas, principalmente na vida das pessoas com quem trabalhamos. Afinal de contas, o trabalho não pode ser visto só como uma obrigação, uma necessidade financeira.

Ele é parte integrante e importante da nossa vida, pois agrega sentido, proposito e nos coloca em contato com o meio social no qual nos relacionamos uns com os outros.

Por que adoecemos mentalmente?

Quero te convidar a pensar na sua mente como um sistema de alarme.

Nela tem um quartel-general cuja função é monitorar o ambiente e, ao menor sinal de ameaça (uma discussão no trabalho, uma pressão de prazo, uma dificuldade financeira), imediatamente entra em ação. Assim que o Hipotálamo (é o nome correto do nosso “quartel-general”)  detecta o “perigo”, ele envia uma mensagem ultrarrápida para a glândula Hipófise, que fica logo abaixo dele.

A Hipófise é como o operador da central de alarme: ela recebe o aviso e, sem hesitar, envia o comando para ligar a sirene. Uma vez disparada essa sirene, imagine que como um veículo que saí pelas ruas do bairro avisando que há uma grande ameaça chegando, nosso corpo é tomado por um hormônio – o cortisol – que sai alertando e preparando todo mundo para a ameaça.

Quando o cortisol é liberado, ele causa uma série de mudanças em nosso corpo: o coração acelera, a respiração fica mais rápida, a energia é direcionada para os músculos. É a resposta de “luta ou fuga”, preparando o corpo para o que for preciso.

 E se esse alarme não desliga?

Bom, se o alarme do carro ou da casa do vizinho já disparou enquanto ele estava fora, você vai entender facilmente o quanto é irritante e estressante… O som ensurdecedor, as luzes piscando… Você não consegue relaxar, dormir, pensar com clareza.

É isso que acontece com o nosso corpo quando vivemos em estado de estresse crônico. O “quartel-general” continua detectando ameaças, o “operador” continua enviando comandos e as “sirenes” continuam bombeando cortisol.

Com o tempo, essa exposição constante ao cortisol pode ter um impacto profundo na nossa saúde mental e física, levando a exaustão, ansiedade, problemas de sono e até mesmo esgotamento. E é esse esgotamento que, muitas vezes leva o indivíduo a pensar sobre dar fim a sua vida, pois, a mente, adoecida e exausta, a leva a acreditar que é o único jeito de encontrar o”descanso” que a pessoa sente que nunca terá.

E a empresa com isso?

Se o ambiente de trabalho é um dos principais cenários da vida adulta, se é onde passamos a maioria do nosso tempo, é aonde vamos manifestar os principais sintomas do adoecimento. Além disso, fatores como a pressão por resultados, o excesso de tarefas, a falta de reconhecimento e autonomia, um ambiente hostil e inseguranças quanto a permanência no emprego podem impactar profundamente a saúde mental, pois são uns dos principais sinais de “perigo” percebidos pelo nosso “quartel-general”.

Identificando o Adoecimento no Ambiente de Trabalho

O adoecimento mental nem sempre se manifesta em grandes crises, pelo contrário é gradativo. Fique atento as mudanças de comportamento, como:

1 – Queda da produtividade – Dificuldade em concentrar-se, cometer erros frequentes, entregar tarefas fora do prazo.

2 – Isolamento social – Afastar-se dos colegas, evitar almoços em grupo ou eventos da empresa

3 – Mudança de humor – Irritabilidade constante, desânimo, falta de energia ou apatia

4 – Alterações físicas – Fadiga crônica, dores de cabeça frequentes, problemas de sono

Como a empresa pode ser uma aliada da saúde mental do motorista?

Seja como um ambiente propício para identificar os sinais, seja como parte fundamental de promoção ao cuidado à saúde mental, a empresa pode implementar ações concretas, como:

  • Programas de apoio psicológico e financeiro;
  • Flexibilidade de horário e incentivo a pausas;
  • Espaços de descompressão;
  • Ações de conscientização e treinamentos

 O papel da liderança:

Líderes não precisam ser psicólogos, mas devem ser humanizados. Promover o diálogo, escutar a equipe e criar um ambiente de confiança e segurança que estimulem o potencial do ser humano, são atitudes fundamentais. Ao perceber os primeiros sinais de adoecimento mental:

  • Seja um ponto de apoio: Acolha a pessoa sem julgamentos. Mostre que você se importa. Uma simples pergunta como “Está tudo bem?” ou “Posso ajudar de alguma forma?” pode fazer uma enorme diferença.
  • Ouça ativamente: Não dê conselhos, apenas ouça. A pessoa pode só precisar de alguém para desabafar.
  • Incentive a busca por ajuda profissional: É essencial que a pessoa procure um especialista. Sugira de forma gentil e não invasiva, por exemplo: “Sei que há um programa de apoio na empresa, talvez seja útil conversar com alguém.”

A Infleet,  tem como parceira a Holus saúde, segurança e desenvolvimento humano, que pode te ajudar com planos de atendimentos e programa de atenção à saúde mental. Acesse o site e conheça a central de atenção terapêutica.

O adoecimento mental não é frescura, é um problema de saúde. A melhor forma de combatê-lo é através do diálogo aberto, da empatia e da construção de uma rede de apoio sólida. Agindo de forma preventiva e atenta aos sinais, podemos anteceder e evitar que o adoecimento leve a um final trágico e muitas vezes irreversível. Seja você um agente promotor de cuidado e atenção a saúde mental.

Tatiana Vasconcelos

Psicóloga clínica e organizacional, consultora de RH, professora universitária, treinadora e palestrante.

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