A Organização Mundial da Saúde (OMS) emite alertas frequentemente sobre o aumento do estresse e do Burnout relacionados ao trabalho. Um estudo da Gallup em 2022 revelou que 44% dos funcionários em tempo integral em todo o mundo, experimentam Burnout “muitas vezes” ou “sempre”.
O Ministério da Previdência Social e o INSS divulgaram que, em 2023, o número de concessões de benefícios por incapacidade relacionadas ao Burnout subiu em 38% quando comparado ao ano anterior. Atualmente, o MTE promulgou uma alteração na NR-1, onde evidencia a responsabilidade das empresas quanto a gestão dos riscos psicossociais no trabalho e a prevenção de doenças mentais.
Mas qual a relação do Burnout com seu negócio? De que forma o gestor de frota pode ser impactado? Nesse artigo, vamos entender melhor como identificar e prevenir a exaustão mental.
Primeiro: o que é Burnout?
O Burnout vem do inglês to burn, que significa “queimar”. Em português, significa esgotamento completo. Para entender é só imaginar um palito de fósforo, queimado até o final. Ele pode até começar pegando fogo com intensidade, mas com o tempo, o fogo vai diminuindo, o desgaste provocado pela chama, altera toda sua estrutura, deixando-o sem eficácia ou utilidade alguma.
É assim, também no trabalho: Uma pessoa com Burnout, não tem mais produtividade. Ela esgota sua força. Não se sente útil e chega até mesmo a se tratar com cinismo, duvidando de toda sua capacidade.
O sentimento expresso é de exaustão, cansaço extremo. E isso reflete não só em sua jornada de trabalho, mas no desempenho de suas atividades.
Portanto, para ser Burnout é importante identificar esses 3 pontos:
- Exaustão mental ou esgotamento da energia;
- Queda na produtividade ou redução da eficácia profissional;
- Aumento do distanciamento mental do próprio trabalho, ou sentimentos de negativismo, ou cinismo relacionados ao próprio trabalho;
Gestor de frota: Fatores de risco e sinas de alerta
Sabemos que um gestor de frota tem como rotina um ambiente naturalmente estressante por se tratar de uma responsabilidade muito grande cuidar, não só do gerenciamento da frota (aquisição, manutenção e otimização de recursos), como também dos aspectos relacionados à segurança de seus motoristas, além da pressão para o cumprimento de prazo, sem aumentar os custos.
Ou seja, a pressão por resultados é grande. E essa pressão é exatamente um dos fatores desencadeantes da síndrome de esgotamento profissional, tornando assim o gestor de frota um público de risco ao desenvolvimento de Burnout.
O primeiro sinal é o cansaço. Ele vai tornando todo o trabalho mais difícil: o raciocínio vai ficando mais lento, a memória começa a falhar e vai se sentindo uma dificuldade enorme em se concentrar.
Essa dificuldade faz o gestor forçar mais sua memória e atenção. De tanto forçar, começam a vir dores frequentes de cabeça e no corpo. O sono é afetado e o desempenho já começa a cair, sendo talvez o primeiro sinal mais evidente.
Essa queda na produtividade causa um sentimento de fracasso e insegurança que provoca no gestor a necessidade de se forçar mais e mais para continuar entregando o que antes conseguia, o que vai gerando uma bola de neve e piorando os sintomas.
Já adoecido, o gestor aumenta a carga de cobrança e consequentemente a piora dos sintomas e por não conseguir encontrar razões para seu baixo rendimento, coloca seu potencial em prova. Seu comportamento tende a ficar mais irritadiço, intolerante, refletindo inclusive nos relacionamentos, o que pode provocar afastamento social e isolamento.
Quando não identificado, o Burnout leva ao esgotamento total. Doenças físicas (enxaqueca, gastrite, etc) e mentais (ansiedade, depressão) podem ser associadas e agravam o quadro, trazendo prejuízos para todos: empresa, equipe, gestor e familiares.
Como tratar?
Ao identificar sinais e sintomas, é extremamente importante que se procure ajuda profissional quanto antes. Identificar as causas e trata-las é parte essencial do tratamento que pode ir desde um acompanhamento psicológico ou psicoterapia até uso de medicamentos, ou até mesmo o afastamento temporário do trabalho.
O que fazer para evitar o Burnout em sua frota?
Veja 4 dicas para diminuir a possibilidade de burnout em sua frota:
1 – Investir em processos de autoconhecimento e gestão das emoções, pois apesar de ser uma doença ocupacional e totalmente causada pelas atividades laborais, não podemos desconsiderar a história pessoal a bagagem emocional que muitas vezes leva a pessoa a se submeter e administrar as pressões para adoecer.
2 – Ainda no aspecto pessoal: cuidar da alimentação, do sono, ter uma rotina de atividade física e de relaxamento são fatores importantes para se manter ativo e saudável mentalmente, evitando, não so o Burnout mas qualquer outro adoecimento mental.
3 – Utilizar-se de ferramentas de gestão que propicie um bom gerenciamento do tempo, das atividades e a visão dos processos, pois isso facilita a gestão e contribui na condução do planejamento e da execução das responsabilidades inerentes ao profissional.
4- Buscar capacitação comportamental, para conduzir a liderança de forma assertiva e desenvolvedora e assim definir melhor os limites, delegando tarefas e dividindo responsabilidades.
Cada vez mais as organizações e seus líderes precisam olhar e estar atentos a tudo que envolve suas pessoas, pois só com elas, temos os resultados que queremos.
Ser um gestor de frotas eficiente e competitivo requer ações de autocuidado e de autorresponsabilidade, pois para se promover um ambiente saudável e alcançar alto desempenho é essencial cuidar e promover o cuidado com o corpo e com a mente.
E aí, você tem cuidado da sua saúde e do seu ambiente profissional? Esse conteúdo foi significativo para desenvolver ainda mais sua gestão e liderança? Hora de colocar em prática todo esse conhecimento e promover um ambiente cada vez mais seguro e saudável, vamos la?